Narrado por Caio
Eu já vi muita coisa nessa vida. Trabalhei com segurança privada em três países, fiz contenção de risco em zona de guerra e acompanhei empresários ameaçados por sequestro. Mas aquela caixa me gelou. E não foi o sangue na roupa de bebê, nem a chupeta… foi o silêncio. A frieza de quem planejou aquilo.
A senhora Mancini não entrou em pânico. Ela não gritou, não chorou, não tremeu.
Ela só me chamou, apontou pra caixa e disse com uma calma assustadora:
Bianca: — Quero que descubra quem fez isso. E quando entregar de novo, siga a pessoa. Mas com descrição. Não quero estardalhaço. Quero provas.
E era isso que eu ia entregar.
Coloquei os agentes em alerta, revisei todas as câmeras do condomínio e das redondezas. Nada de útil. O entregador que deixou a caixa estava com capacete, jaqueta escura, e foi rápido demais. Moto com placa dobrada. Profissional.
Mas ninguém é perfeito.
No canto de uma das câmeras laterais, consegui pegar um reflexo no vidro do carro que passava. E ali,