Enzo

Rooftop do D’Louvre. Vista para Manhattan inteira. Garçons circulando com taças de espumante francês. Música ambiente elegante. Roupas de grife por todos os lados.

Era assim que eu gostava de comemorar mais um contrato milionário assinado. Sem exageros. Sem paparazzi. Só gente influente. Gente que importava.

Eu estava ao lado do bar, conversando com um investidor francês, quando senti o ambiente mudar. Não sei explicar. Não houve barulho, nem riso fora do tom. Foi um silêncio sutil. Um desvio de olhos. Um pequeno redemoinho que se formou ao redor da porta de entrada.

Virei o rosto.

E vi ela.

Não sei quem era. Nunca tinha visto antes. Mas parecia que o tempo tinha desacelerado.

Vestido verde-esmeralda de seda, justo nas medidas exatas. Cabelos dourados em ondas suaves. Pele dourada como se tivesse voltado de Capri ontem. Ombros relaxados, postura elegante, olhar firme. Ela não sorria. Ela também não olhava demais. Caminhava como quem pertence àquele lugar — e ao mesmo tempo, como