Enzo
Eu não consegui mais me concentrar.
Depois que ela virou de costas e continuou ali, sozinha, encarando Manhattan como se tivesse nas mãos o mapa para dominar tudo aquilo... eu perdi o rumo da festa.
Conversei com dois investidores. Recusei uma taça de vinho caríssimo. Fui simpático com um diplomata inglês. Mas minha cabeça… minha cabeça ainda estava naquela sacada.
Ou melhor, naquela mulher.
"Ariel."
Nome escolhido. Eu apostava tudo nisso. E se era um jogo… então eu precisava jogar melhor que ela.
Esperei. Dei tempo. Observei.
Quando percebi que ela se afastava da sacada e ia em direção ao elevador, me movi.
— Preciso sair — falei ao segurança. — Avisem que eu tive um compromisso urgente.
Peguei o elevador do serviço e desci pelos fundos. Não levei dois minutos. Cruzei a lateral do prédio e esperei do outro lado da rua. E então… ali estava ela. Sozinha. Passos calmos. Sem pressa. Como se tudo estivesse exatamente como ela planejou.
— Ariel — chamei.
Ela parou, olhou por cima do o