Letícia
Quando decidi ir atrás de Enzo Mancini, entendi que não podia ser a mesma mulher que tentou fisgar o pai dele.
Massimo me viu como uma oportunista barata — e foi exatamente isso que impediu minha ascensão. Agora, eu precisava de uma nova pele, um novo rosto, uma nova história. E não tinha espaço pra erros.
Às oito da manhã, fui a primeira cliente a entrar no salão mais caro de Manhattan. O mesmo onde Carolina tinha me transformado da primeira vez. Mas dessa vez, eu entrei sozinha. De cabeça erguida. Sem sombra de medo ou submissão.
— Bom dia, senhora…?
— Letícia. Mas hoje, eu quero que me chamem de Ariel.
A recepcionista me olhou com estranheza, mas não questionou. Nesses lugares, ninguém pergunta por quê. Se você paga, você é quem diz quem é.
— O que deseja hoje, Ariel?
— Quero parecer uma mulher que acabou de voltar de um retiro em Capri. Rica. Misteriosa. Intocável. Quero que meu cabelo brilhe mais do que a luz do rooftop. Quero olhos que ninguém consiga decifrar. E uma boc