— Você pode me falar abertamente sobre isso. Não vou te julgar, ou mesmo te dar motivo para sentir vergonha. Não foi culpa sua, mas apenas dele.
Seguiu-se um longo momento de silêncio, antes que Liam começasse a falar:
— Aconteceu quando eu tinha dez anos. Nós éramos amigos, até então. Eu ainda não sabia que era meu pai, mas gostava dele. Naquela tarde, depois do almoço, como sempre fazia, corri para os estábulos ajudar o caseiro a cuidar dos animais, mas era Arnold quem estava lá, espichado em uma das baias, praticamente desfalecido, de tão bêbado. Na hora não entendi, achei que estivesse passando mal e me aproximei para socorrê-lo. Foi então que ele arrancou minhas roupas e fez o que quis.
Sua voz grossa tremeu na última frase e o abracei com perna e braço, apertando-o o mais forte que minhas forças me permitiam, espalhando uma enxurrada de beijos sobre seu peito musculoso, para que ele soubesse o quanto era especial e querido, o quanto não merecia ser tratado da forma como aquele m