Você me enlouquece... mesmo quando eu não quero.
Zahir me puxou um pouco mais para perto, seus olhos mergulhados nos meus.
Por um segundo, pensei que ele fosse me beijar.
Mas ele parou, os lábios a um sopro de distância, respirando o mesmo ar que eu.
Sua voz saiu rouca, baixa, como um murmúrio quebrado:
— Você me enlouquece... mesmo quando eu não quero.
Senti o coração se partir.
Havia tanto desejo quanto mágoa naquela confissão.
E eu, completamente submissa àquele olhar, soube que ainda o amava com a mesma força de antes — talvez até mais.
Zahir afastou o rosto devagar, fechando os olhos, como se precisasse se recompor.
Virou-se, deitando-se de costas, os músculos do peito tensos, a respiração pesada.
O silêncio voltou, denso, quase palpável.
Fiquei ali, imóvel, olhando o teto.
Meu corpo ainda ardia por ele, mas dentro de mim o que doía era o amor — esse amor teimoso, que sobrevivia mesmo aos destroços.
Puxei o lençol até o pescoço, tentando conter o tremor, e fechei os olhos.
Adormeci assim — dividida entre o desejo e o medo, entr