O mês voou num sopro, e, durante todo ele, eu me sentia mais realizada do que em muito tempo. Zahir estava diferente — mais doce, mais próximo, cercando-me de gestos de carinho e atenção. Ainda assim, no fundo, eu o conhecia bem demais para me enganar: sabia que, por trás da ternura, ele ainda guardava aquela sombra silenciosa, o peso da crença de que eu não lhe dava o amor pleno que tanto desejava.

Naquele sábado, o sol já descia preguiçoso, pintando o céu de tons dourados. Eu estava sozinha no quarto, sentada na sacada do apartamento, deixando o vento frio acariciar meu rosto. A brisa trazia o cheiro salgado do mar e o murmúrio distante das ondas quebrando nas pedras.

Vitor brincava na piscina com Adila — a babá estava de folga, e Zahir havia saído para resolver negócios no escritório. Por um instante, senti vontade de descer e me juntar a eles, mas contive o impulso. Sempre que Vitor me via por perto, abandonava Adila e corria para o meu colo, e eu queria que ele aprendesse a confi