Acordei com batidas fortes na porta.
Assustada, sentei na cama de repente. Olhei o relógio: 10h20. Quem estaria ali com tanta insistência?
Vesti de qualquer jeito a mesma calça jeans e a camiseta da noite anterior. Soltei o cabelo, ainda bagunçado, e fui descalça até a porta. Meu apartamento é minúsculo — um cômodo grudado no outro — e qualquer som parece mais alto do que deveria.
Olhei pelo olho mágico.
E recuei como se tivesse visto um espectro.
Era ele.
Ayman.
Meu coração começou a bater tão rápido que cheguei a levar a mão ao peito.
As batidas aumentaram. Mais fortes. Mais impacientes. Fiquei parada, muda, respirando fundo para não perder o controle.
É claro.
Meu padrinho deve ter falado com ele.
Com certeza esse homem veio garantir que eu não fizesse um escândalo, que eu não procurasse jornal, polícia, advogado…
Veio salvar a reputação do hotel.
Não a minha.
Minha garganta apertou só de lembrar o jeito que ele me olhou. Como se eu fosse… suja.
Não atendi.
Ele chamou meu nome.