Acordei cedo, muito antes do despertador. O quarto estava silencioso, mas minha mente não. Tomei banho, vesti o terno preto sob medida — impecável por fora, completamente desalinhado por dentro — e desci para o restaurante.
De manhã, sempre como frutas, pão pita, ricota… comer para mim é quase um ritual de família. Mas hoje… hoje não consigo nem pensar em mastigar. Estou agitado, perturbado, cansado. Uma mistura que me deixa enjoado de mim mesmo.
— Apenas o café. — digo ao garçom.
O café do hotel é preparado especialmente para mim e para Zahir. Forte. Amargo. Quente. Exatamente como minha cabeça está.
Termino e sigo para a recepção. Renata me vê e sorri. Não consigo corresponder. Estou focado demais.
— Ligue para o quarto do Henrique. — peço.
Ela faz a ligação, me entrega o telefone. Henrique atende com voz de sono.
— Henrique, Bashir Ayman. Preciso resolver uma pendência ainda hoje. Aguardo você às nove horas na sala de recepção. Perdoe-me acordá-lo, mas isso não pode esperar.
Ele pi