Desde que deixei a casa, não havia tido contato com a senhora Ayman nem com Bashir. Os dias corriam lentos, e a solidão se tornava minha confidente silenciosa. Mas um dia depois de descobrir minha gravidez, Bashir veio me ver. Ao ouvir sua voz na porta, meu coração se acelerou. Senti medo e alívio ao mesmo tempo, uma mistura estranha, como se parte de mim ainda dependesse daquela família para se sentir viva.
Quando ele entrou na sala, parecia mais cansado do que eu lembrava. Vestia um terno escuro e trazia um olhar pesado, carregado de preocupações. O som da chuva fina batendo contra as janelas preenchia o espaço entre nós.
— E Zahir? — perguntei de imediato, sem conseguir disfarçar a ansiedade.
Bashir me fitou com expressão carregada, e foi o suficiente para me roubar a paz. Eu soube, naquele instante, que as notícias não seriam boas. Ele respirou fundo antes de responder, e sua voz saiu firme, mas grave:
— Sophia, meu irmão ficou louco. No mesmo dia que você foi embora, ele acordou