Capítulo 2 — A CAÇADA

O vento batia no rosto de Isla. A moto de Kai corria na estrada. Por um momento, ela achou que estavam livres.

Então olhou para trás.

Um carro preto apareceu no retrovisor. Depois outro. E mais dois. Vinham muito rápido.

O coração de Isla disparou.

“Eles estão atrás de nós!” ela gritou.

Kai já tinha visto. A moto acelerou mais. Ele cortou entre os caminhões. Fez curvas perigosas.

Os carros pretos não desistiam. Chegavam cada vez mais perto. Fechavam os lados.

“Eles vão nos cercar!” Isla chorou.

“Segura firme!” Kai respondeu.

Mas a moto começou a tremer. Algo estava errado.

Um carro preto acelerou e fechou a frente. Outro ficou colado atrás. Não tinha escapatória.

Veio o impacto.

A moto caiu no asfalto com um barulho horrível. Isla foi jogada no chão. O vestido rasgou. Ela sentiu dor nos joelhos e nas mãos.

Ficou deitada, ouvindo um zumbido. Tudo doía.

Acabou.

As portas dos carros pretos se abriram. Homens de terno saíram. Eram rápidos e calados.

Dois foram até Kai, que tentava se levantar. Outros dois vieram até Isla.

“Levanta,” disse um homem, puxando seu braço.

“Não! Soltem a gente!” ela gritou, lutando.

Olhou para Kai. Ele também estava sendo segurado. Esticou a mão, mas não conseguiu alcançá-lo.

A porta de um dos carros pretos se abriu. Os vidros eram escuros. Isla foi empurrada para dentro.

A porta fechou. O carro arrancou.

Ela olhou para trás, pela janela. Viu Kai no chão, com a moto caída ao lado. Os carros pretos já estavam indo embora.

Dentro do carro, estava sozinha no banco de trás. Não viu Ezra. Só o motorista, quieto.

Ela começou a chorar em silêncio.

Kai ficou de joelhos no asfalto. O ombro doía muito. Sangue escorria de seu lábio.

Viu os carros levando Isla. Um fogo aceso surgiu dentro dele.

Ele se levantou, mesmo com dor. Empurrou a moto até ela ficar em pé.

Olhou para a estrada, onde os carros tinham sumido.

“Eu vou te buscar, Isla,” ele disse em voz baixa. “Não vou desistir.”

Na igreja, todos esperavam em silêncio. Quinze minutos tinham passado.

A porta se abriu.

Isla entrou, escoltada por dois homens. Seu vestido estava sujo e rasgado. O rosto, manchado de lágrimas.

Todos na igreja ficaram chocados. Ninguém falou nada.

Uma mulher veio até ela. Ajeitou seu véu rapidamente. Limpou seu rosto com um lenço. Isla não reagiu. Parecia uma boneca.

Então Ezra Atlas apareceu à frente do altar.

Ele era muito bonito. Terno perfeito, cabelo impecável. Mas seus olhos eram frios.

Caminhou até Isla. Pegou a mão dela. A mão de Isla estava fria. A dele, quente e forte.

“Respira,” ele sussurrou só para ela. “Isso acaba hoje.”

O padre olhou para os dois. Sua voz estava trêmula.

“Isla Morgan, você aceita Ezra Atlas como seu legítimo esposo?”

Isla olhou para a frente. Depois, seus olhos foram até a porta da igreja.

Kai acabava de entrar.

Ele estava sujo, com roupas rasgadas. Respirando pesado. Seus olhos encontraram os de Isla.

Ela viu o desespero nele. Ele viu a tristeza nela.

O padre repetiu a pergunta.

Isla engoliu seco. As lágrimas caíam.

“Sim,” ela disse, em um sussurro que todos ouviram.

Kai parou na porta. Parecia que tinha levado um soco.

Ezra virou o rosto um pouco. Olhou para Kai. E sorriu. Um sorriso pequeno, de quem ganhou.

Isla fechou os olhos.

Kai entendeu naquele momento. Ele não tinha perdido só Isla.

Tinha perdido tudo.

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