Zayn Fields

Os dias se arrastavam, densos e tortuosos como lama espessa. Daha havia conseguido exatamente o que desejava, manipulando as peças do tabuleiro com a precisão cruel dos deuses. Colocou Iazi’ch na linha de frente, sabendo que até os lobos mais rebeldes se curvariam diante da Deusa Lunar. Ninguém ousaria desafiar aquela que moldou sua própria essência.

E naquela noite, o mundo parecia... errado.

Pesado.

Sufocante.

O céu era um vasto manto de veludo negro, pontilhado de estrelas tão distantes que mais pareciam buracos na escuridão do tecido celestial. E, ainda assim, nem o brilho delas era capaz de rasgar o peso que apertava meu peito, que tornava o ar denso, quase sólido.

Não sabia exatamente o que me conduzia até ali. Intuição, talvez. Ou o incômodo crescente — corrosivo — de ver meu irmão se desfazer, aos poucos, em alguém que eu mal reconhecia.

Eu o seguia em silêncio, na minha forma de lobo, deslizando entre as sombras, onde nem mesmo a lua ousava tocar. Cada passo er