Emmy Zack
Daha’ch
As sombras se dissolveram ao nosso redor como véus rasgados por mãos invisíveis, revelando um salão que parecia ter sido moldado a partir de um pesadelo antigo. O teto abobadado não possuía fim visível — sumia em uma escuridão líquida e densa, onde constelações falsas tremeluziam em cores impossíveis, como se a própria realidade estivesse distorcida ali. As estrelas não eram estrelas; eram olhos, talvez, ou memórias presas em forma de luz.
No centro do salão, uma mesa colossal feita de uma pedra negra e vítrea ocupava quase todo o espaço. Runas sangradas e círculos de conjuração pulsavam suavemente sobre sua superfície, como um coração vivo batendo sob carne petrificada. Era como se a mesa estivesse viva. Como se nos observasse.
Ao redor, sentavam-se entidades que jamais imaginei ver reunidas — talvez jamais devessem estar. Algumas lembravam humanos apenas à distância: guerreiros de armaduras negras cravejadas de presas, ossos e inscrições arcanas esquecidas pelo t