Emmy Zack
Daha
O ar ao redor se distorceu, como próprio tecido do mundo se rompendo lentamente, revelando algo mais antigo e mais sombrio que o tempo. O portal abriu-se com um sussurro grave que não vinha dos ventos, mas das entranhas do mundo. Sombras líquidas escorriam pelas bordas daquela fenda no espaço, e eu sabia — mais do que sentia — que aquilo não era bom.
Estava ao lado de Alec, e mesmo com toda a distância que nossos silêncios haviam criado, ele permanecia ali, como se algo em mim o prendesse com correntes invisíveis.
Meu corpo vibrava. Não era medo. Não ainda. Mas de algo que me puxava. O portal parecia me chamar, ou talvez apenas exigir. Senti meu poder divino fluir sutilmente, um fio dourado escapando de mim, sendo tragado pela escuridão pulsante da abertura. Como se o próprio abismo reconhecesse minha essência, como se fosse construído para mim.
Eu não pensei.
Não analisei, não pesei consequências.
Só desejei.
Com tudo que havia em mim, desejei voltar para Ry’s