Chase FieldsA respiração de Emmy era entrecortada contra meu peito, arfando como se o ar lhe escapasse aos poucos. Seus dedos cravavam-se em minhas costas com uma urgência desesperada, e eu podia sentir seus tremores enquanto a segunda onda de prazer nos consumia. Meu gozo preenchia seu interior, quente e possessivo, selando a marca invisível que eu insistia em deixar nela.Curvei-me sobre seu corpo exausto e passei os lábios por sua pele úmida, mordiscando seu pescoço em pontos diferentes, deixando pequenas manchas rubras marcando minha presença.Ela gemeu, fraca, quase como se implorasse por alívio.— Chase... — sua voz era um fio rouco e vacilante — E-eu não aguento mais...Soltei uma risada baixa, mas não havia escárnio nela — apenas a satisfação crua de vê-la entregue, à beira do colapso, tão linda em sua vulnerabilidade. Meus olhos encontraram os dela, opacos pelo cansaço, mas ainda assim cheios de algo que ela mesma parecia não entender.— Tudo bem, loirinha... — murmurei, bei
Emmy ZackAs agulhas dançavam entre nossos dedos como pequenas lanças prateadas, refletindo a luz suave que filtrava pelas janelas altas do salão de tapeçarias. Os sorrisos entre as mulheres eram cálidos, bordados com o som das risadas baixas e do tilintar dos enfeites em nossas vestes. Era um daqueles raros momentos de tranquilidade, onde o destino parecia adormecido, e os fardos de sangue e dever não ousavam se intrometer.Mas então, a harmonia se partiu.Uma serva vestida com um vestido verde deslizou pelo salão como uma sombra em movimento. Seus passos eram suaves, mas seu semblante carregava uma urgência que gelou o ar ao meu redor.— Deusa... — ela disse com a cabeça curvada, a voz baixa como um lamento. — Os filhos do Deus Transmorfo desejam uma audiência com a senhora...Minhas mãos pararam. A linha se partiu entre meus dedos. O silêncio caiu como uma neblina pesada, as mulheres ao meu redor prenderam a respiração.Era como se o próprio tempo tivesse sido cortado por aquela no
Emmy ZackEstendi a mão, os dedos trêmulos prestes a tocar a moldura dourada do quadro. Queria senti-la — a superfície áspera, fria, real. Como se, ao tocar, eu pudesse desfazer o tempo e trazer minha irmã de volta. Como se aquele instante pudesse curar o abismo que crescia em mim.Mas não cheguei a tocá-lo.Uma mão firme envolveu a minha, afastando-me do transe como se puxasse minha alma de volta para o presente.— Emmy? — a voz de Alec soou baixa, envolta em preocupação.Virei lentamente o rosto, os olhos ainda embaçados pelas lágrimas. Aquelas íris verdes me observavam com intensidade — não com desejo, mas com preocupação genuína, que apertou meu peito de forma inesperada. Ele se aproximou e, com os polegares, secou as lágrimas que escorriam silenciosas pelo meu rosto.— O que aconteceu com você...?Tentei falar, mas as palavras se escondiam sob a névoa do que eu havia sentido. Um cansaço profundo se apossou dos meus músculos, como se meu corpo, ao lembrar, tivesse atravessado eras
Emmy ZackAcordei com um solavanco, caindo da cama com um estrondo surdo contra o chão frio de mármore. Meu coração disparava dentro do peito, e o suor frio escorria pela nuca. Outro pesadelo. Mais um.Madison apareceu no meu campo de visão antes que eu pudesse me recuperar. Seus cabelos dourados estavam soltos, caindo sobre os ombros como uma cortina cintilante sob a luz bruxuleante do abajur. Ela estendeu a mão, a expressão meio divertida, meio exasperada.— Você bebeu chá de hortelã antes de dormir de novo, não foi?Soltou um suspiro enquanto me puxava de volta para cima. Sua força me desequilibrou por um segundo, e eu quase tropecei.— Você sabe o que as guardiãs dizem sobre isso, Emmy.Antes que eu pudesse responder, Sol entrou no quarto, equilibrando um monte de toalhas dobradas no braço. Seu olhar deslizou rapidamente para mim, e ela franziu o cenho.— Pelos deuses menores e maiores, você precisa parar de desobedecer as guardiãs.Ela fechou a porta atrás de si com o quadril e jo
Emmy ZackObservei minha mãe analisando todas nós, Denise Zack parou diante de nós, e seu olhar gelado desceu até a maçã no chão. Com um simples movimento de mão, um feixe de energia se formou ao seu redor, levantando a fruta do mármore e conduzindo-a até sua palma.— Quem fez isso?Madison sequer hesitou.— Jennie. Ela sempre j**a coisas na Emmy.Minha mãe lançou um olhar afiado para Jennie, que deu um passo para trás instintivamente. Sem desviar os olhos, mamãe apertou os dedos, e a maçã explodiu em pó entre suas mãos.— Por hora, deixarei isso passar.Seu tom deixava claro que não era uma concessão, e sim um aviso.Ela se virou, seus longos cabelos negros ondulando com o movimento.— Me sigam. Teremos visitantes na Torre. — Suas palavras ecoaram pelo corredor. — E vocês, comportem-se.Seguimos atrás dela, mantendo a postura reta, como nos foi ensinado desde crianças.A época não era comum para visitas. O outono trazia recolhimento. Lobos, vampiros, transmorfos e outras criaturas se
Isaac Fields O mundo parou. Por um instante, o tempo perdeu o significado. O ar ficou mais pesado, como se cada partícula ao meu redor estivesse absorvendo o impacto daquela visão. Meu coração martelou no peito, meu sangue cantava em um ritmo selvagem.Céus, era ela.Minha prometida. Minha outra metade. A peça que sempre esteve ausente, um vazio que eu nem sabia nomear até agora. Ela estava ali, tão real quanto a própria vontade de Malac'h. Seus olhos azuis brilhavam como um reflexo do céu antes da tempestade, um convite e um aviso ao mesmo tempo. Havia algo neles — algo feroz, indomável — que me fez esquecer como respirar. O destino havia nos unido. Como deveria ser. Como sempre foi escrito. O instinto rugiu dentro de mim. A posse, a necessidade. Era visceral, inegável. Meu corpo reconheceu antes mesmo da minha mente. O cheiro dela, a presença dela. Tudo me chamava.Ela era minha. E eu nunca a deixaria escapar. O mundo poderia desabar agora, e eu não me moveria um centíme
Emmy ZackMinha pele ardia.As garras deslizavam pelo vale dos meus seios, descendo preguiçosamente até minha barriga. O toque era afiado e, ao mesmo tempo, adorável. Um arrepio percorreu minha espinha quando abri os olhos, respirando fundo.E lá estava ele.O homem de cabelos castanho-dourados, encaracolados, com a pele clara banhada pelo brilho âmbar das velas ao redor da cama. Seus olhos castanhos faiscavam, reluzindo em dourado à medida que me devoravam com a intensidade de um predador.Senti seus braços me envolverem, puxando minha cintura contra seu corpo sólido. O calor de sua pele me consumia.Então veio a dor.Uma pontada aguda, profunda. Meus lábios se entreabriram num gemido involuntário, um som que ele recebeu com um sorriso satisfeito.Uma de suas mãos deixou minha cintura e subiu até minha nuca, enredando meus cabelos entre seus dedos. Ele me puxou para si, forçando minha boca contra a dele. Seu beijo era faminto, reivindicador, como se quisesse selar algo muito além de n
CHASE FIELDSOs corredores da Torre Masculina da Dívisa Guardiã eram austeros, de pedras escuras e frias, iluminadas apenas por tochas presas às paredes. Havia umidade no ar, carregada com o cheiro de pergaminhos antigos e ferro das espadas embainhadas nos cintos dos guardiões.Poucos homens eram aceitos aqui. A maioria eram maridos, filhos ou irmãos das Guardiãs, e aqueles que não tinham um vínculo de sangue ou aliança precisavam ser escolhidos a dedo para permanecer.Sete dias. Esse era o tempo que ficaríamos na torre.Sete dias até que Malac’h decidisse revelar a razão de nossa presença.Meu pai não costuma compartilhar segredos comigo. Ele não compartilha nada com ninguém.Malac’h é um Deus recluso.Ele vem e vai quando quer, passando a maior parte do tempo trancado em seus aposentos, observando em silêncio a pintura de uma deusa morta.Afasto os pensamentos ao ver Emmy Zack atravessar os portões da Torre Feminina.Os portões eram altos e imponentes, decorados com inscrições antig