Emmy Zack
Daha’ch
O mundo mudou.
Não era mais aquela criação amorosa e harmônica de eras passadas. Havia se tornado algo feroz, moldado por vontades divididas, por linhas tênues entre o sagrado e o ambicioso.
Em quinhentos anos, Malac’h havia gerado filhos e filhas. Mas seu sangue era imperfeito — fraco, disseram alguns. Nenhum de seus primeiros descendentes igualava-se ao deus que desafiara as irmãs celestes.
Foi apenas com a bênção de Iazi’ch, agora uma grandiosa Deusa Lunar que habitava um templo entre as colinas — onde as fronteiras entre Ry’shara e a Torre de Malac’h se tornaram lendas — que nasceram os primeiros descendentes verdadeiramente divinos.
Dois pares de gêmeos.
Sangue forte. Vontade afiada. Natureza instável.
E então, vieram Alec e Isaac.
Diziam que um dos gêmeos era o mais fraco. O de olhos acinzentados.
O que herdara o nome do pai.
E ainda assim, o mundo tremeria ao pronunciar seus nomes.
Eu os observava de longe — uma distância segura e confortável. Não por medo,