Emmy Zack
Daha’ch
O abraço de Iazi’ch me envolvia por completo, como se quisesse colar os cacos da minha alma com o calor do seu afeto. Era apertado, tão apertado que me faltava ar — mas eu não reclamava. O aperto era reconfortante, o único abrigo real que me restava naquela noite imensa. Seu toque carregava o desespero de quem não queria me perder, e também o anseio infantil de ser vista, de ser validada.
Logo, Triodh’ch se aproximou com seu jeito leve e irreverente, seus pés quase não tocando o chão, como se estivesse sempre a um passo do éter.
— Não sei qual o motivo de tanto amor, mas eu quero participar! — disse ela, com um sorriso travesso, jogando os braços em torno de nós duas.
A risada dela cortou um pouco a dor suspensa no ar, e me permiti sorrir, ainda que frágil, ainda que partida.
Abraçada a elas, murmurei com ternura:
— Irei ajudá-la a criar os Filhos da Lua…
Mal terminei a frase e senti o corpo de Triodh’ch se afastar abruptamente do abraço. Ela me encarava como se eu