Mesmo que tivesse escapado daquela vez, Beatriz sabia: no dia seguinte haveria outra armadilha. Talvez até a morte certa, atropelada sem piedade.
Do outro lado do carro, Renato, ainda ao telefone, ouviu os seguranças informarem que um engavetamento havia bloqueado o cruzamento. Eles estavam a caminho, correndo a pé.
Antes que respondesse, um ruído leve de arrasto no chão soou em seus ouvidos.
Instintivamente, virou a cabeça e viu que o banco de trás estava vazio. O sequestrador já puxava Beatriz para fora, tentando levá-la.
— Larga ela! — Rugiu Renato.
De imediato, contornou o carro em disparada. O homem, assustado pelo grito, virou-se e deu de cara com Renato já ao seu lado.
Um punho enorme e potente vinha direto contra o rosto dele.
O sequestrador largou Beatriz às pressas, desviando por um triz. O golpe cortou o ar, roçando sua face direita.
Renato, percebendo que o primeiro soco não havia acertado, entendeu na hora: não era um qualquer. Aquele sujeito tinha agilidade e treino.
Sem