Vitória rangia os dentes em silêncio, odiando-o por ser um inútil.
Ele tinha garantido com tanta convicção, jurando que nada poderia dar errado... E agora, miserável, havia lhe pregado uma peça.
Mas de nada adiantava xingá-lo naquele momento. Já estava em plena fuga, sozinha, e todo aquele dinheiro tinha sido jogado fora.
Se soubesse que acabaria assim, teria trocado tudo por dinheiro em espécie e levado consigo.
O ódio fervia. Vitória amaldiçoava que ele saísse de casa e fosse atropelado, esmagado até virar pasta de carne. Só assim sentiria um alívio, ainda que pequeno.
Naquele momento, eram oito e dez da noite. Do outro lado, na estrada...
O carro preto que levava Beatriz já havia sido abalroado várias vezes por uma caminhonete. Se não fosse reforçado e modificado, já teria se despedaçado.
Estavam prestes a alcançar um cruzamento e, justamente ali, o semáforo estava vermelho.
O motorista mordeu os dentes e avançou de qualquer jeito.
Com habilidade, fez manobras arriscadas de derrapag