— Preocupado com ele? Eu que o inferno! Se não fosse pelo desperdício de tudo que investi nesse moleque, deixava era morrer! — Esbravejou o Sr. Henrique, cheio de raiva.
O mordomo suou frio ao ouvir aquilo.
Conhecia bem o patrão. Quando ficava realmente irritado, costumava ferir com palavras duras, dizendo o oposto do que sentia.
Gabriel, ouvindo o embate entre os dois, finalmente começou a se acalmar.
A tensão nos ombros diminuiu, e ele deixou cair o braço que antes sustentava a cabeça.
Mas, ainda assim... Não olhou para ninguém.
Continuou com o rosto virado, o olhar perdido em algum ponto da parede.
— Eu não tô doente. — Murmurou, com a voz rouca, quase inaudível.
Mas o quarto era silencioso o bastante para que cada palavra fosse ouvida.
Mesmo falando baixo e com aquela voz arranhada de quem acabara de engolir cascalho, o Sr. Henrique entendeu perfeitamente.
E, na mesma hora, seu rosto ficou vermelho.
Os olhos arregalados, os bigodes se movendo com a respiração pesada, estava à beira