Gabriel mordeu o lábio com força, a mão agarrando com toda a vontade o lençol da cama.
Mas, sem força no corpo, tudo que conseguiu foi um aperto fraco, quase simbólico.
— Eu sei... — Respondeu com a voz rouca, quase apagada. — Por isso... quero me redimir. Compensar... Com a vida inteira...
— Chega. — O Sr. Henrique o interrompeu, seco, direto. — Quer pagar pelos seus erros? Então paga com dinheiro. Dá bens, imóveis. Porque você, como pessoa... Vale o quê? Sem o Grupo Pereira, você acha mesmo que ainda tem algum valor?
Aquelas palavras foram como uma faca cravada no meio do peito.
Cruéis.
Mas... Verdadeiras, em certa medida.
— Eu vou providenciar um novo acordo de partilha dos bens. — Continuou o Sr. Henrique. — Vamos aproveitar o momento do divórcio e incluir isso no processo. Entregar o que é justo pra Bia.
Virou-se para o mordomo e ordenou:
— Faça um levantamento de tudo que está no nome dele. Patrimônio, ações da empresa, imóveis. Se não for suficiente... Tira um pouco dos meus.
—