Na família Pereira.
O imprevisto daquela noite, ocorrido durante a festa, logo chegou aos ouvidos do Sr. Henrique. E ele ficou furioso.
— O senhor quer um pouco de água, por favor... — Disse o mordomo, entregando a ele um copo de água morna.
O Sr. Henrique tomou um gole, respirou fundo e soltou um suspiro pesado.
— Mas por que ele fez isso? Foi se humilhar à toa... Está cavando a própria cova. Felizmente ninguém da família Martins se feriu. Do jeito que as coisas estão, não só o noivado está fora de questão, como temo que acabem virando inimigos declarados.
— O Sr. Gabriel tem discernimento. Não machucaria ninguém. — Comentou o mordomo, tentando amenizar.
— Discernimento? — Bufou o velho, indignado. — Já se esqueceu que sexta passada fomos juntos à delegacia para tirá-lo de lá? Ele não machucaria? Eu acho é que ele tem coragem até de matar!
O mordomo permaneceu em silêncio por um momento. Depois, falou com cuidado:
— Mas... Do outro lado era alguém da família Martins. O Sr. Gabriel cer