— Esse discurso... Guarda pra Sra. Beatriz. — Respondeu Rafael com um suspiro. — Se é que ela ainda quer te ouvir.
— Então quer dizer que ainda tenho chance?! Eu posso explicar tudo pra ela! — Os olhos de Gabriel se acenderam com uma súbita esperança, a voz levemente trêmula de empolgação.
Rafael, por dentro: “Chance? Quase nenhuma, né. A mulher saiu decidida, com o coração em frangalhos.”
Mas, lembrando da frase clássica da própria Beatriz: “Sr. Gabriel só ouve o que ele quer ouvir”. Rafael apenas forçou um sorriso e respondeu com diplomacia:
— O senhor pode tentar. O importante é isso: tentar. Assim não se arrepende depois.
— Arrependimento não vai fazer parte da minha história! — Declarou Gabriel, renovando o fôlego como quem entra em campo numa final de campeonato. — Se eu pedir desculpas, explicar tudo direito, ela com certeza vai me perdoar!
Rafael observou a mudança repentina: segundos atrás estava prestes a cair em depressão profunda, e agora parecia ter tomado uma dose dupla d