Isabella desceu da bancada da cozinha, as pernas trêmulas, o piso frio de cerâmica contrastando com o calor que ainda pulsava em sua pele. O cabelo estava bagunçado, mechas coladas ao pescoço úmido de suor, testemunhava o frenesi de minutos antes.
Ela se encostou na bancada, tentando recuperar o fôlego, o coração ainda disparado. O ar carregava um leve cheiro de café misturado a algo mais primal, uma lembrança do que acabara de acontecer.
Ele estava a poucos passos, já se recompondo, ajeitando a camisa dentro da calça com uma facilidade que a fazia se sentir ainda mais desleixada em comparação. Seus olhos escuros a encararam por um instante, e ela pensou ter visto um lampejo de algo mais suave,talvez arrependimento, talvez preocupação. Mas então sua mandíbula se contraiu, e ele falou, a voz baixa e séria:
— Temos um problema, Isabella. Esqueci a camisinha. De novo.
O estômago dela deu um nó, uma mistura de constrangimento e inquietação. Ela cruzou os braços, sentindo-se exposta de um