O som da porta batendo ecoou pelo apartamento, um estrondo que pareceu selar a noite dentro daquelas paredes. Isabella, ainda carregando a energia da festa, caminhava em direção à cozinha, o balanço da saia de babados acompanhando seus passos. O chapéu de pirata já estava jogado no sofá, e seus cabelos soltos caíam sobre os ombros, a presilha de pérolas refletindo a luz fraca do corredor. Ela estava distraída, pensando em pegar um copo d’água, tentando esfriar a raiva e a tensão que ainda pulsavam do confronto no carro. Romeu, porém, não estava disposto a deixar a noite esfriar.
Ele a seguiu em silêncio, os olhos fixos na silhueta dela, na forma como o colete preto abraçava sua cintura, nas pernas delineadas pelas botas de cano longo e pela meia arrastão que parecia desafiá-lo a cada passo. O ciúme que o consumira na festa ainda ardia, misturado com um desejo tão visceral que ele mal conseguia controlar. Quando Isabella alcançou a bancada da cozinha, inclinando-se para abrir a geladei