O silêncio da madrugada era cortado apenas pelo som do vento balançando as janelas. Isabela não dormia, não conseguia. A tempestade da noite anterior havia deixado uma inquietação grudada na pele, como o toque de Romeu que ainda queimava sua memória. Ela virou na cama pela milésima vez, a camisola leve colando no corpo por causa do suor frio.
Foi quando a maçaneta girou e ela se sentou num susto.
— De novo, não... — murmurou para si mesma, quando viu a silhueta dele surgindo na penumbra do quarto.
— Ouvi um barulho — disse ele, sem parecer muito convincente. — Tudo bem por aqui?
Ela cruzou os braços sobre o peito, puxando o lençol para cobrir as pernas.
— Se for pra invadir meu quarto toda vez que ouvir o vento, vou precisar trocar de casa ou você de ouvidos, Romeu.
Ele riu, encostando a porta atrás de si.
— Eu fiquei... preocupado.
— Você nunca se preocupou comigo.
— E você nunca andou pela casa de camisola.
Ela sentiu o calor subir pelo rosto.
— Não estou andando pela casa. Estou no