O silêncio na limusine era ensurdecedor. A cidade se esvaía pelas janelas escuras, mas ali dentro, tudo parecia em suspenso, como se o tempo segurasse a respiração junto com eles.
Romeu não parava de olhar para Isabella. Ela, no canto do banco de couro, com a postura ereta e o olhar fixo na janela, parecia feita de gelo. Mas ele sabia, sabia que por trás daquela frieza havia uma tempestade prestes a romper.
— Você foi perfeita hoje — arriscou ele, a voz baixa, tensa.
Ela soltou uma risada seca, sem humor.
— Ah, que sorte a sua. Ter uma esposa decorativa que cumpre sua função quando é conveniente.
Romeu franziu o cenho, inclinando-se um pouco para ela.
— Não fale como se eu tivesse te arrastado até lá...
— Não? — Ela girou o rosto para ele, o olhar faiscando. — Você me deixou sem escolha, Romeu. Como sempre. Me empurrou naquele evento, ao lado daquela mulher que adora me humilhar. E ficou quieto, até o último segundo.
— Eu falei com ela, a coloquei no seu devido lugar!
— Quando já tinha