Henrique
Entrei em casa com cuidado, fechando a porta sem fazer barulho. O silêncio no ambiente me dizia que Mariana provavelmente estava descansando. Deixei minha pasta sobre a mesa e caminhei até o quarto. Ela estava deitada, os olhos fechados, mas o cenho franzido denunciava que não era um sono profundo. Devia estar exausta depois da sessão de radioterapia. Me aproximei devagar, me ajoelhando ao lado da cama. — Amor — chamei baixinho, tocando sua mão com delicadeza. Ela abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes antes de me encarar. Um sorriso fraco surgiu em seus lábios. — Você chegou... — Claro que sim. E agora eu vou cuidar de você. Ela tentou se sentar, mas eu segurei seus ombros. — Nada disso. Você fica aqui descansando enquanto eu preparo algo pra você comer. — Henrique, não precisa... — Precisa, sim. E nem adianta disc