Virgínia
Depois de desligar o telefone com Laura e Gustavo, uma sensação de alívio tomou conta de mim. Senti uma onda de calor e esperança, uma sensação rara desde que Gabriela se foi. Sempre soube que, apesar de estarmos todos diferentes, nossa família ainda tinha muito amor para oferecer. Não importa o que o futuro trouxesse, nós estaríamos juntos, e isso era o que mais importava.
Foi com esse pensamento que me preparei para fazer a última ligação do dia. Henrique ainda estava em casa, mas sabia que ele precisava de um empurrão. Ele precisava entender que não estava sozinho, que a família dele, e agora Mariana e Isabela, estavam em um círculo de proteção. Um círculo que, eu sabia, seria inquebrável.
Peguei o telefone, dei uma olhada para o retrato de Gabriela que ainda estava sobre a mesinha na sala, e discando o número do meu filho.
O telefone tocou por alguns segundos até que ele atendeu. A voz dele estava cansada, mas eu sabia que ele ainda não tinha percebido o que sign