Mariana
Dois dias depois da sentença da Clara, a vida começou, aos poucos, a retomar um ritmo que eu nem sabia mais que existia. Ainda havia traços da batalha judicial nos nossos dias, resquícios do medo, da pressão, da necessidade constante de proteger a Isabela. Mas agora, com Clara condenada e Leonardo fora do caminho, era como se finalmente estivéssemos livres para respirar.
Henrique veio falar comigo logo após o jantar, com aquele sorriso de quem já planejava algo.
— Eu estava pensando... a gente precisa viajar.
— Viajar? — arqueei a sobrancelha, meio em choque. — Amor, eu estou grávida, a Isabela pequena...
— E justamente por isso. É por isso que a gente precisa sair um pouco disso tudo. Respirar, mudar de ares. Você está indo tão bem no tratamento, a Isabela está segura. A gente merece.
Eu suspirei, o coração apertando um pouco de ansiedade. Mas a ideia começou a me aquecer por dentro.
— Pra onde você estava