CAMILA NOGUEIRA
Parei em frente ao imponente prédio de vidro escuro da Nogueira Importações. O império do meu pai.
Estacionei o Porsche bem na entrada, em uma vaga reservada, e saí. Os seguranças e funcionários na entrada me reconheceram e cumprimentaram.
Subi direto para o último andar, para o escritório do meu pai. A secretária dele, Bete, que me viu crescer, quase deixou o telefone cair quando me viu.
— Camila! Minha querida, você...
— Meu pai está? — cortei, com uma frieza que não era minha.
Ela assentiu, atordoada, e apertou o interfone.
Entrei sem ser anunciada. Meu pai estava atrás de sua enorme mesa de mogno, mas ele parecia pequeno. Havia olheiras sob seus olhos, e ele parecia ter envelhecido cinco anos em cinco dias. Quando me viu, ele se levantou tão rápido que sua cadeira bateu na parede.
— Filha! — Ele correu para me abraçar, me apertando com uma força desesperada. — Graças a Deus. Você está bem.
— Eu me casei, pai. Não fui para a forca ou algo assim.