Eduardo estava prestes a sair quando o celular vibrou. Um número desconhecido.
— Alô?
— É Lúcio. O pai da Helena.
A voz do outro lado da linha estava firme, mas havia algo estranho. Uma hesitação entre as palavras, como se a mente do homem lutasse para se manter no presente.
— Precisamos conversar. Hoje.
Meia hora depois, Eduardo estacionou em frente à clínica. Uma parte dele dizia para ir embora, para não reabrir feridas. Mas ele entrou. Talvez por culpa, por medo do que ainda não sabia… ou apenas em busca de respostas.
Lúcio o esperava em uma sala reservada. Estava mais magro, com olheiras fundas e expressão distante. Vestia roupas simples, mas bem cuidadas. O olhar... esse alternava entre foco e dispersão.
— Obrigado por ter vindo — disse ele.
Eduardo permaneceu em pé por alguns segundos antes de se sentar.
— Por que me chamou?
Lúcio piscou devagar, como se precisasse reorganizar os pensamentos.
— Eu sei o que descobriu sobre mim. Sobre minha empresa. E sei também que ac