A noite estava correndo tão bem que eu quase podia acreditar que a vida tinha finalmente me dado um respiro. As risadas das meninas, o jeito descontraído delas me fez sentir acolhida como não acontecia há muito tempo. Entre piadas, confidências rápidas e a leveza da música no ambiente, eu estava, pela primeira vez em semanas, simplesmente vivendo.
Era engraçado como até as pequenas coisas ganhavam outro sabor. A cerveja parecia mais refrescante, as batatas fritas tinham gosto de alegria, e o barulho ao redor que em outras ocasiões poderia me incomodar só reforçava a sensação de que eu estava em um lugar vivo, pulsante, longe das sombras da mansão.
— Tá vendo só? — Mariane cutucou meu braço, rindo. — Eu disse que você ia se divertir.
Sorri, e concordei.
— Você tinha razão. Isso aqui tá sendo perfeito.
Eu realmente acreditava nisso… até que a perfeição se quebrou como vidro caindo no chão.
Foi quando ouvi uma voz conhecida, carregada de veneno, soar atrás de mim.
— Mas vejam só quem es