O corredor parecia mais estreito, sufocante, à medida que o médico se aproximava. Cada passo ressoava dentro da mente como o anúncio de algo que não queria ouvir. O coração batia descompassado, a respiração acelerava, e uma vertigem começava a tomar conta.
— Preciso conversar com vocês… — repetiu, olhando direto em meus olhos, como se tentasse preparar o terreno para o impacto que estava por vir.
Assenti, mas nenhum som saiu. Ao lado, Gael mantinha-se firme, embora a pressão de sua mão entrelaçada à minha denunciasse a tensão.
O médico respirou fundo antes de prosseguir, a expressão grave denunciando que não haveria boas notícias.
— Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. A equipe se empenhou ao máximo, lutamos em cada segundo da cirurgia. Mas… — uma pausa dolorosa se alongou. — Infelizmente, a senhora Almerinda não resistiu.
As palavras caíram como sentença. O mundo parou. Sons desapareceram, substituídos por um zumbido ensurdecedor.
— Não… — a voz saiu fraca, quase um sopro. —