Mais um dia que minha cabeça está um caos.
Desde que Leandra foi pra Flórida, parece que a casa perdeu o brilho, o riso, o cheiro de café com bolo que ela insistia em fazer mesmo cansada. Minha vontade é de ir até lá e arrastá-la de volta para o Brasil, mas sei que seria egoísmo. Ela está finalmente construindo algo dela, crescendo, se reencontrando… e eu não quero ser o homem que a impede de voar.
Mas, ao mesmo tempo, é impossível negar a falta que ela faz.
Os meninos perguntam por ela o tempo todo. Breno chora todas as noites, chamando pela “mamãe Lele”. Bruno, por outro lado, está impossível, aprontando como nunca, talvez seja o jeito dele de lidar com a ausência. E eu? Bem, sigo aqui, tentando parecer forte, enquanto o vazio que ela deixou dentro de mim só aumenta.
Estava imerso nesses pensamentos quando meu celular vibrou sobre a mesa.
Lúcio.
Revirei os olhos. A última pessoa que eu queria ouvir naquele momento.
— Fala, Lúcio — atendi, sem esconder o tédio na voz.
— Oi, meu genro