O ar parecia pesado demais para caber nos pulmões. A expressão de James continuava inalterada olhos arregalados, as rugas da testa vincadas, o rosto lívido como se o sangue tivesse fugido de repente. O jornal que ele segurava há poucos minutos jazia esquecido sobre a mesa, balançando levemente com a brisa que vinha da varanda. Por longos segundos, nenhum de nós disse uma palavra. O som distante do vento foi o único ruído que ousou romper aquele silêncio sufocante.
Ele piscou uma vez, depois outra, como se tentasse reorganizar os pensamentos. Quando finalmente encontrou a voz, ela saiu rouca, trêmula.
— O que foi que você disse, Leandra? — perguntou devagar, o olhar fixo em mim, como se precisasse confirmar que tinha ouvido direito.
Um suspiro pesado escapou antes que conseguisse responder. O coração batia descompassado, e a garganta parecia arder com as palavras que precisavam sair.
— Perguntei… — comecei, tentando manter a calma. — Se o senhor sabe que pode ser pai dos gêmeos.
O silê