Meu coração acelerou. Instintivamente, dei um passo para trás, colocando-me entre ele e os berços, como se meu corpo fosse a única barreira possível entre a inocência dos meus filhos e a escuridão que vinha dele.
— Gael… você está bêbado. Não é a hora. — minha voz vacilou, mas tentei soar firme.
Ele não parou. Cada passo que dava parecia pesar sobre mim, como se o ar se tornasse denso, sufocante. Quando estiquei a mão para afastá-lo, já era tarde: suas mãos me agarraram pela cintura com força. O gesto não tinha nada de carinho. Era domínio. Uma marca de posse.
— Me solta — pedi, a voz embargada, tentando me desvencilhar.
— Não. — Sua voz era baixa, quase um rosnado. — Você é minha esposa.
Aquela frase me atravessou como um estilhaço. O “minha esposa” não soava como amor, mas como uma sentença.
— Eu não quero fazer isso dessa forma, Gael. — Tentei manter o controle, engolindo o pânico que ameaçava me sufocar. — Não quando você está assim.
Do berço, Breno começou a resmungar, seu chorin