Capítulo 3
Eu acordei novamente, desta vez com um balde de água gelada.

À minha frente, estava o rosto de Vincenzo, cheio de desprezo.

— Se já acordou, pare de se fazer de vítima. — Ele olhou para mim, com arrogância. — Você sabe muito bem que amanhã vou anunciar o meu herdeiro e a minha relação com a Lúcia. Está querendo fugir para outra cidade só para todos pensarem que Lúcia está te perseguindo?Lúcia estava com o bebê nos braços, chorando copiosamente, parecendo frágil e indefesa atrás dele.

— Eu sei que a senhora me odeia. Se quiser se vingar de mim, tudo bem, mas por que manda a Dona Maria roubar meu filho?

— A assistente estava gritando antes de ser levada, dizendo que a Dona Maria iria voltar para processar a papelada e transferir a guarda do meu filho para a senhora, e dizendo que eu não sou digna de ser a mãe do herdeiro...

Eu abri a boca, mas minha garganta estava seca e nenhuma palavra saiu. Só pude balançar a cabeça com dificuldade e suplicar com a voz trêmula:

— Por favor, levem-me para o hospital, os meus filhos estão morrendo.

— Está mentindo novamente! — Vincenzo franziu a testa, com uma expressão impaciente. — Minha mãe estava tão apressada para sair do hospital que até levou o advogado para trabalhar a noite toda, e você estava lá nos bastidores manipulando tudo. Achou que roubar o filho da Lúcia iria garantir seu lugar como mãe do herdeiro? — Seu olhar inquisidor estava fixado em mim. — Seus filhos nasceram ontem. Agora está fingindo que está em trabalho de parto, tentando me fazer sentir pena de você? Vai sonhando!

A dor aumentou até ficar insuportável. O coágulo se desfez, e o sangue voltou a jorrar, colando-se à pele e encharcando a roupa. Lúcia tampava a boca e tossia, com os olhos cheios de lágrimas:

— Senhora, você sabe que eu não consigo suportar o cheiro de sangue após o parto. Quis manter isso de propósito, não é? Quer me fazer desmaiar?

Ela chorava, parecendo ainda mais pálida, encolhida nos braços de Vincenzo, como uma vítima.

— Olha só como você está! — Vincenzo disse, com um olhar de repulsa. — Pensa que pode enganar a todos, parecendo uma louca, toda suja, exalando esse cheiro horrível. Isso é uma vergonha para a Família Corleone

Ele fez um gesto, ordenando aos seguranças que continuassem despejando água gelada sobre mim, até que meu rosto ficasse pálido e meu corpo tremesse de frio. Só então ele mandou parar.

Lúcia se aninhou nos braços dele, chorando e implorando:

— Senhora, por favor, não separe eu e o meu filho... Se você realmente quer roubar meu filho, eu pulo pela janela!

Ela se preparou para pular, mas Vincenzo rapidamente a segurou.

Seu rosto se contorceu em raiva, e ele virou-se para mim, chutando meu braço, que ainda segurava sua calça.

— Não pense que, ao manipular minha mãe, você vai continuar sendo a mãe do herdeiro. Já mandei bloquear a casa, não importa o que planejem, vocês não vão conseguir! — Ele assegurou. — E você... — Ele encarou-me com fúria. — Já avisei várias vezes para não atormentar Lúcia e o filho dela, mas você não escutou! Agora, vou tomar uma medida drástica.

Ele se virou abruptamente para os seguranças e deu uma ordem fria:

— Ela forçou Lúcia a querer pular da janela, então ela deve pagar o preço. Desliguem os aparelhos que mantêm o pai dela vivo, e joguem-no do andar de cima

— Vincenzo! — Eu gritei desesperadamente. — Você está louco! O meu pai salvou sua vida!

— E daí? — Vincenzo riu friamente. — Para ajudar você a entrar na Família Corleone, e para garantir que seus filhos se tornem os futuros chefões, ele se sacrificou. Ele te usou para garantir um casamento, e aqui estamos. Você está grávida, mas não do meu primogênito. O erro é todo seu. A dívida está liquidada, não sou obrigado a fazer mais nada por vocês. — Enraivecido, ele enfatizou. — Façam logo o que mandei!

Eu me lancei para os seguranças, tentando impedi-los, mas fui brutalmente derrubada no chão.

Tive uma intensa hemorragia devido ao impacto, e rapidamente o chão assumiu um tom vermelho brilhante. . Encolhida na posição fetal, eu gritava de dor.

Vincenzo se aproximou para me arrastar, mas então viu minha barriga visivelmente alta devido ao impacto. Ele olhou para o sangue espalhado no chão, e seu rosto empalideceu de repente.

Ele se aproximou instintivamente, me abraçou e olhou para Lúcia, exigindo explicações.

— O que está acontecendo?! Eu pedi para você cuidar do parto de Avelina, você não disse que ela já havia dado à luz ontem e que o bebê foi para a unidade neonatal? — Perguntou com aspereza. — Então, por que a barriga dela ainda está tão grande? Por que ela ainda está sangrando?
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