Capítulo 2
Eu olhei para Vincenzo, incrédula, e gritei, com a voz trêmula:

— Vincenzo! Seu bastardo! Meu pai está em coma por sua causa! Como ousa usar a situação crítica dele para me ameaçar?

Vincenzo respondeu impacientemente:

— Se você cuidar bem dela e do bebê durante o resguardo , eu não vou machucar seu pai.

Depois disso, ele abraçou Lúcia e se afastou.

— Lúcia, obrigada por ter me dado um herdeiro. Eu vou te recompensar.

Eu não parava de sangrar e implorava aos seguranças na sala para me levarem ao hospital, pois queria salvar os filhos que estavam em minha barriga.

Maria, a mãe de Vincenzo, correu até a sala. Ao ver a cena caótica e meu corpo coberto de sangue, seu rosto se tornou pálido como um fantasma.

— Levem-na para o hospital agora! Se algo acontecer com meus netos, eu lançarei vocês no mar!

Fui levada para o hospital privado da família, mas os médicos demoraram a aparecer.

Maria ficou furiosa e exigiu saber onde estavam os médicos designados para mim.

As enfermeiras, tremendo de medo, responderam:

— Dona Maria, todos os médicos foram chamados pelo chefão para a casa de praia. A senhorita Lúcia se machucou ao cortar as unhas e o chefão estava preocupado com a infecção, então pediu que todos os médicos ficassem de prontidão.

— Agora... não há médicos no hospital.

Maria, furiosa, começou a xingar:

— Isso é um absurdo! Ele me pediu de joelhos para casar com Avelina e agora, quando sua esposa está dando à luz e sangrando, ele manda todos os médicos para cuidar de uma amante? Ele não se importa com a vida da esposa!

Depois de ligar pela décima vez, Vincenzo finalmente atendeu, claramente impaciente.

— O que foi, mãe? Avelina está fazendo algo errado?

Maria gritou desesperadamente:

— Avelina está sangrando muito e está em coma! O coração dos bebês está parando de bater! E você ainda tirou os médicos dela! Você quer matar sua esposa e seus filhos?

Vincenzo riu friamente:

— Foi Avelina quem pediu para você me ligar? Os filhos dela já nasceram ontem, agora, ela está fingindo que está em perigo?

— Chega, eu ainda preciso tirar fotos de Lúcia e do nosso filho. Ela queria médicos? Então vou mandar alguém para lá.

Maria desligou o telefone e apertou minha mão com força.

— Não tenha medo, Avelina, o médico logo estará aqui.

Eu apertava minha barriga, sentindo a vida dentro de mim enfraquecer a cada segundo.

Lembrei da vida passada, quando meus dois filhos morreram em meus braços.

Eu tremia de dor e, com dificuldade, segurei a mão de Maria e disse, com a voz quase inaudível:

— Dona, há três anos, meu pai ficou em coma para salvar Vincenzo. Você me prometeu que me trataria como sua filha e que, se Vincenzo me tratasse mal, me ajudaria a me separar dele.

— Eu te imploro, autorize o divórcio. Eu jamais atrapalharia o caminho do filho da mulher que ele ama. Eu só quero que meus filhos nasçam com segurança.

Com lágrimas nos olhos, Maria apertou minha mão, dizendo:

— Para agradecer seu pai por salvar sua vida, eu queria adotar você como filha. Foi Vincenzo quem te amou loucamente, e ficou pedindo para casar com você. Ele te amava tanto, mas agora se tornou assim. — Suspirou, decepcionada. — É tudo culpa daquela vagabunda da Lúcia. Se ela não tivesse aparecido de repente, isso nunca teria acontecido.

Eu dei um sorriso amargo. Como o homem que me amava tanto poderia ter mudado de repente?

O homem que jurou me amar para sempre e, se me traísse, deveria ser punido com mil flechas. Agora, por causa de outra mulher, ele me empurrou para o inferno.

— Me ajuda, Senhora Corleone. — A minha voz mal constituía um sussurro quando pedi. Ouvindo minha súplica fraca, Maria finalmente assentiu.

— Bem! Quando vocês se casaram, eu fiz ele assinar um acordo de divórcio e o guardei, justamente para evitar que chegássemos a este ponto. Vou pegar agora e começar o processo imediatamente! — Mencionou. — Amanhã, vou anunciar que você será a única herdeira da Família Corleone. Quanto a esse ingrato, eu não o reconhecerei mais!

Maria imediatamente saiu para tratar disso.

Eu estava deitada na cama do hospital, a dor na barriga se intensificando como uma onda. Gritei desesperadamente.

A assistente de Maria, muito nervosa, olhava repetidamente para a porta, esperando a chegada do médico enviado por Vincenzo.

Finalmente, alguém chegou.

Mas não era o médico. Era um homem com uniforme de entregador.

Ele cambaleou diante da visão da sala de parto e, desorientado, entregou a sacola; sua mão tremia tanto que o pacote de absorventes e um curativo caíram no chão.

— O chefão disse que isso é só o sangramento pós-parto, não vai matar ninguém. Ele quer que você se vire sozinha e pare de incomodá-lo com isso.

A assistente, com os olhos vermelhos, empurrou o saco para longe.

— Senhora, vou levá-la imediatamente para outra cidade, você precisa aguentar mais um pouco!

Eu continuei a gritar de dor, e então tudo ficou escuro. Eu finalmente desmaiei.
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