Na véspera do meu casamento, fui insultada por dois homens. Em legítima defesa, acabei matando um e ferindo o outro. Meu noivo na época, Alexander — que deveria me proteger — me abandonou durante o julgamento. Fui condenada a dois anos de prisão. Quando finalmente fui libertada, descobri que meu ex-noivo já havia se casado com minha melhor amiga, Isabella. E Isabella? Ela não apenas “roubou” meu noivo — também pegou o cargo de médica que deveria ser meu. Sem ter para onde ir e no momento mais desesperador da minha vida, Eric Graves apareceu à minha porta. Como o mafioso mais poderoso de Nova York, Eric usou sua influência para garantir que ninguém ousasse falar mal do meu passado. Ele também me propôs casamento, confessando que sempre teve sentimentos por mim e queria ser meu marido. Acreditei que ele fosse meu verdadeiro amor. Os quatro primeiros anos do nosso casamento foram perfeitos — pelo menos era o que eu pensava, até o dia em que ouvi uma conversa entre meu marido, Eric, e seu braço direito, Adam. — Chefe, foi genial deixar aqueles canalhas assediarem a Evelyn. Se não fosse por isso, a senhorita Isabella nunca teria tido chance com o Alexander. A voz de Eric, cheia de deboche, respondeu: — Eu só queria dar um susto nela. Nunca imaginei que ela mataria um deles e acabaria presa. Adam parecia confuso: — Mas a senhorita Isabella já está casada agora. Por que o senhor ainda mantém aquela vadia por perto depois que ela saiu da cadeia? Eric fez uma pausa antes de responder: — Porque preciso garantir que ela não corra de volta pro Alexander ou atrapalhe a Isabella. A risada que veio em seguida destruiu meu coração. Todas aquelas lembranças de Eric me salvando da humilhação? Foram todas uma mentira. Ele foi o responsável por destruir minha vida, só pra garantir que Isabella pudesse ter o final feliz dela. Enxugando as últimas lágrimas, disquei o número do maior rival de Eric em Nova York, Caleb Sombranegra. — Você ainda quer tirar o Eric de Nova York?
Leer másPonto de Vista de EvelynOs olhos dele brilhavam com algo parecido com esperança — ou talvez loucura — enquanto ele dava um passo na minha direção, os braços estendidos como se quisesse me abraçar.— Você não faz ideia do quanto eu senti sua falta. — Disse Eric, suavemente. — Disseram que você tinha morrido. Que não havia nem corpo pra enterrar.Quando não respondi de imediato, ele remexeu no bolso e tirou uma fotografia gasta. Ela tremia levemente na mão dele.— Olha. — Sussurrou, segurando a foto entre nós como se tivesse algum significado. — Nós. Naquela época. A gente era feliz. Você não sente minha falta, Evelyn?Eu encarei aquele homem — o mesmo que um dia destruiu tudo o que eu era — e não consegui acreditar na audácia. A coragem absurda de aparecer aqui, como se nada tivesse acontecido.— Sentir sua falta? — Soltei uma risada baixa e amarga. — Esquece isso, Eric. Você e eu nunca estivemos apaixonados. Nosso casamento inteiro foi construído em cima de mentiras e conveniência. Um
Ponto de Vista de EvelynDepois que Caleb me tirou da casa de Eric, eu não olhei para trás. Embarquei em um avião rumo a um lugar bem distante de tudo.Meus velhos amigos da faculdade de medicina agora estavam trabalhando com os Médicos Sem Fronteiras na África, vivendo a vida com que a gente sonhava entre uma aula e outra, nas noites em claro de estudo.Logo, eu estaria entre eles. Sempre foi o meu sonho — ajudar, curar, fazer diferença.Quando o avião pousou e eu pisei no asfalto escaldante, as lágrimas vieram antes que eu pudesse impedir.Tinha passado tanto tempo. Tempo demais.Bastou olhar para meus amigos — e eu me lembrei de quem eu era. Antes da prisão. Antes do casamento. Antes de Eric.Jake, um dos médicos mais experientes, se aproximou de mim com um sorriso gentil.— Evelyn. — Disse ele, com a voz baixa e acolhedora — Você está melhor agora? Você teve febre no avião. Parecia estar pegando um resfriado.— Bem melhor. — Murmurei, retribuindo o sorriso.Logo, outros vieram ao m
Ponto de Vista de EricAdam a empurrou com força, o rosto tomado pela raiva.— Sai de cima de mim, sua vadia maluca. Cansei de te acobertar.Eles brigavam como cães raivosos, se destruindo bem na minha frente, despejando mentiras e verdades na mesma medida.Mas aquilo já bastava. Mais do que o suficiente.Cada palavra era uma facada. Quanto mais eu ouvia, mais vazio me sentia por dentro.Eu tinha sido cruel com a única pessoa que realmente se importava comigo.Evelyn.Chamei canalhas para assediá-la. Planejei mandá-la naquele navio — para assumir a culpa por mim.A deixei naquela prisão, apodrecendo atrás das grades por dois anos inteiros.Dois anos.E ela não tinha feito absolutamente nada de errado.Minhas mãos tremiam. Olhei para elas — cobertas de sangue.O sangue dela, de certa forma.O que eu tinha me tornado? Um verdadeiro monstro que nem mesmo sabe mais o que é certo ou errado.Não era melhor do que aqueles que jurei ser diferente.Levantei a arma. E só parei de atirar quando a
Ponto de Vista de EricIsabella disse que estava entediada, então achei que um fim de semana na casa do lago animaria seu humor. Era o mínimo que eu podia fazer.Enquanto isso, Evelyn estava trancada na minha propriedade — punição tanto por sua atuação medíocre quanto por ter empurrado Isabella naquele dia no deque.A audácia.Como ela ousa tratar Isabella daquela maneira? Se não fosse por Isabella, eu nem estaria aqui — literalmente.Então sim, talvez eu tenha exagerado um pouco com Evelyn.Mandei uma mensagem mais cedo, só para ver como ela estava.Sem resposta. O que era… estranho. Evelyn geralmente respondia rápido, mesmo que fosse só com um emoji sarcástico. Mas agora? Silêncio total.Meu celular vibrou, um alívio instantâneo passou por mim.Mas Isabella o arrancou da minha mão antes que eu pudesse olhar a tela.— Sem celular, Eric. — Disse ela, com um biquinho brincalhão nos lábios. — Você prometeu que me daria atenção total neste fim de semana.— Desculpa. — Murmurei, tentando p
Ponto de Vista de EvelynA expressão de Isabella vacilou de repente, e ela cambaleou alguns passos para trás, chorando:— Por que você me amaldiçoaria assim, Evelyn? O que foi que eu fiz de errado?Ela agia como se eu tivesse batido nela.Claro que era tudo um teatro para Eric.Ele correu até Isabella e a puxou para seus braços.— Você se machucou, Isabella? Está tudo bem?Isabella mordeu o lábio.— Evelyn, eu sei que você está brava comigo por ter me casado com seu ex-noivo. Mas eu só queria me redimir, colocar a conversa em dia. E ainda assim você está tão magoada comigo. Ainda ama Alexander, mesmo depois de ter se casado com Eric?Ela estreitou os olhos e acrescentou:— Mesmo que me odeie, você não deveria fazer isso com o Eric — amar outro homem depois de ter aceitado se casar com ele...Ela lançou um olhar a Eric novamente, abaixando a voz.— Não fique bravo, Eric. Evelyn e Alexander têm uma longa história juntos...Eric se virou para mim, com a voz carregada de acusação:— Então
Ponto de Vista de EvelynDez minutos depois, o carro de Adam parou para me buscar.— Sra. Graves. O Sr. Graves ligou. Ele me mandou vir buscá-la.Entrei no carro sem dizer uma palavra, com a mente a mil por hora.No caminho de volta, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Isabella. Mais precisamente, uma foto.Eric a segurava nos braços, com ela sentada no colo dele.O fundo? Oceano. Pela imagem, dava para ver que estavam em um navio de cruzeiro, provavelmente um daqueles que Eric havia acabado de comprar. Uma garrafa de champanhe repousava sobre a mesa à frente deles, com duas taças ao lado.Eric tinha mentido para mim.Ele não estava no cassino. Estava com Isabella.Uma nova mensagem apareceu logo abaixo da foto. Era uma captura de tela de uma mensagem enviada por Eric para Isabella."Cada noite com a Evelyn é uma tortura. Tenho que imaginar que é você debaixo de mim, só assim consigo gozar. Sinto tanto a sua falta, Isabella. Fuja hoje à noite e me encontre na minha casa, tá bom? Ev
Último capítulo