88- Pantera

Pantera narrando

Mano… eu tava ali deitado, ainda sentindo o perfume da Janete grudado em mim, e só conseguia pensar numa fita: como é que essa mulher virou meu mundo assim, sem nem pedir licença?

Ela tem um jeito que bagunça minha mente, cê tá ligado? É brava, não abaixa a cabeça pra ninguém, mas comigo… com nós, é diferente. Quando ela se entrega, é tipo tempestade e calmaria no mesmo instante. Eu fico doido.

Depois do fogo que a gente fez queimar no apê, ela deitou no meu peito e ficou em silêncio por uns minutos. Só o som da respiração dela já me deixava em paz. Passei a mão no cabelo dela devagar e falei:

— Tu sabe que eu vou cuidar de tu, né, morena? Custe o que custar.

Ela levantou o rosto, olhou no fundo dos meus olhos e sorriu daquele jeito que me desmonta.

— E eu vou tá contigo, Pantera. Do seu lado… sempre.

Mano… aquilo ali bateu mais forte que qualquer rajada. Porque nesse mundo de guerra e traição, encontrar alguém que fecha contigo de verdade vale mais que ouro.

Eu sou
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