Janete narrando
Eu tava no escritório, tentando colocar a cabeça no lugar. A papelada na minha frente parecia dançar, e por mais que eu tentasse focar, minha mente insistia em voltar pro Pantera. Algo dentro de mim dizia que aquele dia não seria como os outros.
De repente, meu celular vibrou. Era uma mensagem dele: “Tô indo te ver. Precisava olhar nos teus olhos depois de tudo.”
Meu coração deu um salto. Eu sabia que alguma coisa tinha acontecido. Ele não era de mandar esse tipo de mensagem do nada. Respirei fundo, me levantei da cadeira e fui até o espelho do banheiro. Me encarei. O cabelo tava meio bagunçado, a maquiagem já meio borrada. Dei um jeitinho ali mesmo, só pra não parecer que passei a tarde toda me remoendo por dentro.
Minutos depois, ouvi o barulho da moto lá fora. Ele sempre chegava com aquela presença... inconfundível. O tipo de homem que carrega a rua inteira com ele quando pisa em qualquer lugar.
Abri a porta e lá estava ele. Suado, olhar intenso, aquele jeito dele