Janete narrando
Quando ele falou daquele jeito, olhando nos meus olhos como se nada mais existisse, meu coração disparou. Pantera... ele tem esse jeito bruto, de quem carrega o mundo nas costas, mas quando fala comigo, parece que é só o homem, não o chefe da boca.
Eu respirei fundo, tentando manter a pose, mas por dentro eu tava derretendo. Ele falou de futuro, de construir algo comigo, e por mais que eu tente ser racional, dizer que o morro é perigoso, que a gente vive num campo minado... a verdade é que eu quero. Eu quero sim.
Olhei pra ele, firme, e disse que topava. Que a gente ia junto, no que desse e viesse. E naquele momento, juro, eu senti que tudo podia dar certo. Que mesmo no meio do caos, dava pra florescer alguma coisa bonita. E se for com ele... eu encaro o mundo.
Pantera sorriu daquele jeito torto dele, meio marrento, meio encantador, e só de ver aquele sorriso, minhas certezas se firmaram. Eu já passei por tanta coisa, já enfrentei medo, dor, traição… mas agora, com el