66- Janete

Janete narrando

Eu já tinha tentado fingir que tava tudo bem, que aquela noite no morro do Pantera não tinha me abalado, mas era mentira. Meu corpo podia tá aqui no escritório, sentada nessa cadeira, digitando relatório, atendendo ligação... mas minha cabeça ainda tava lá, naquela viela escura, com o som dos tiros ecoando no meu ouvido.

Eu pensei que depois de tudo o que eu vivi, voltar pro meu apê e seguir a vida ia ser fácil. Mas não é. Tem coisa que marca. E o jeito que o Pantera me olhou quando me viu saindo... aquilo ficou na minha mente. Ele tava ferido. Não fisicamente, mas por dentro. E eu também.

Hoje cedo, eu tentei agir como se fosse mais um dia normal. Peguei meu café na cafeteira de sempre, entrei no escritório sorrindo pro porteiro, mas a verdade é que eu tô no piloto automático. É como se eu tivesse em outro lugar o tempo todo.

O celular vibrou, e era mensagem da Nath. Ela sempre aparece quando eu mais preciso, mesmo sem eu dizer nada. A gente se entende no olhar, na v
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