Pantera narrando
Mano, eu tava na minha, respirando fundo depois de tudo que rolou. Mas cê acha que a mente do crime descansa? Não mesmo. Desde que eu descobri quem tramou o bagulho com a Janete, fiquei com o radar ligado, maluco.
O clima no morro tava estranho, os olhares, os cochichos... e eu já conheço essa vibe, tá ligado? Quando o silêncio é demais, é porque a tempestade tá vindo.
Eu tava no beco, fumando um, trocando umas ideia com o Black, só vigiando o movimento. Meu celular vibrou. Olhei e era a Janete, mensagem curta, só dizendo que ia resolver umas parada e que depois me procurava.
Fiquei bolado. Desde quando ela some assim, do nada? A gata é sinistra, eu sei, mas mesmo assim... meu coração fica como? Na ponta da faca.
— Esse bagulho ainda não acabou, mano — falei pro Black, apertando o punho.
Ele assentiu com a cabeça, sério.
— A guerra só mudou de forma, Pantera. E quem pensa que tu já perdeu... vai engolir as palavras.
Dei um sorriso torto.
— Ninguém tira a Janete de mi