O voo de Milão para Dubai foi longo, mas a tensão da noite passada e o sucesso do dia em Milão me mantiveram alerta. No jato, a dinâmica era a nova normalidade: profissionalismo impecável na superfície e flashes de intimidade por baixo. Ethan me chamava de "Mel" quando Susan estava dormindo, e Susan me fazia sentar ao seu lado para "revisar contratos" enquanto, na verdade, sua mão descansava na minha.
O primeiro contato com o back office de Nova York viria através de Patrícia, a assistente sênior, uma mulher cuja desconfiança eu sentia crescer a cada dia.
Assim que chegamos ao hotel em Dubai – uma estrutura de vidro e luxo ainda mais imponente que a de Milão –, fui diretamente à minha suíte conectada para ligar para Patrícia, antes de me juntar a Susan e Ethan para o jantar de negócios.
Peguei o telefone. Patrícia atendeu no segundo toque, com sua habitual eficiência fria.
"Patrícia. É Melanie. Chegamos a Dubai. Quero um briefing sobre os ativos de petróleo no Golfo, por favor