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Capítulo Vinte e Nove – Intimidade como Arma

A manhã em Milão foi uma dança frenética entre a suíte e a sala de conferências do hotel. Após a ligação com Xangai – que correu surpreendentemente bem, apesar do turbilhão emocional –, fomos direto para uma reunião com o board de um banco europeu.

Eu vesti o coque apertado e a armadura de blazer mais uma vez, mas sabia que era inútil. O olhar de Ethan, os sorrisos cúmplices de Susan – eles viam além do tecido e da seriedade. Eles viam Mel.

O encontro com o banco era tenso. A equipe do banco estava visivelmente desconfiada da presença de uma "assistente" tão jovem na sala. Meu trabalho era ser a memória e o termômetro, mas a pressão era agravada pelo peso do segredo compartilhado.

No meio de uma discussão complexa sobre a estrutura de garantias, Susan, que estava sentada à minha direita, fez uma pausa estratégica.

"Srta. Borges," Susan chamou, usando a formalidade absoluta. Todos na mesa relaxaram. "Acha que o risco de liquidez está sendo superestimado? Qual foi a sua análise
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