Naquela manhã, liguei para meu pai com um objetivo claro e direto: impedir seu retorno à mansão. O motivo era simples, ainda que vago — “Não é seguro agora”. Ele entenderia. Nosso mundo era repleto de interrupções súbitas, de planos mudando a cada instante. Esse era o preço do que fazíamos. Para minha sorte, ele não pressionou por detalhes. Sabia que Los Angeles não era segura para ele, pelo menos não agora.
Eu poderia ter encerrado a ligação ali. Era o que pretendia, mas algo me deteve. As palavras de Beatrice ainda ecoavam na minha mente, mexendo com algo dentro de mim que eu preferia deixar quieto.
— Isso é tudo? — a voz de meu pai soou fria, distante, como se estivesse pronto para encerrar a conversa.
Meus dedos apertaram o celular, e por um instante, apenas observei a parede em frente, lutando com a hesitação que crescia no meu peito. No fim, cedi.
— Como… minha mãe morreu?
A pergunta saiu mais rápido do que eu imaginei, e o silêncio que se seguiu me atingiu como um soco. Por um