— Acho que essa é uma conversa que você deveria ter com ele quando tudo se acalmar — sugeriu Bion, levantando-se lentamente. — Quer que eu te deixe um tempo sozinha?
Eu ainda estava escondida debaixo dos lençóis, mas senti meu lábio inferior começar a tremer. Era humilhante admitir o quanto me sentia fraca naquele momento.
— Não… — minha voz saiu trêmula, quase um sussurro. Senti-me vulnerável ao fazer um pedido tão simples. — Pode ficar comigo? Por favor?
Afastei os lençóis, abrindo espaço ao meu lado. Bion, sem dizer nada, se acomodou ao meu lado, me envolvendo com seus braços fortes e silenciosos. Encostei meu rosto molhado de lágrimas em seu peito, e os soluços vieram em uma torrente. No calor do abraço dele, senti uma pontada de conforto.
***
Dias se passaram até que nos estacionamos em frente à igreja. Nenhum de nós fez qualquer movimento para sair do carro. Do lado de fora, uma multidão em preto se amontoava, participando do funeral. Não esperava ver tantas pessoas ali. Ainda