A semana começava como qualquer outra: céu acinzentado, passos apressados na calçada e o mesmo ritual matinal de Elize — cabelo preso num coque meio torto, bolsa pendurada no ombro e uma vasilha cuidadosamente apoiada nos braços, coberta com um pano florido.
Entrou no prédio equilibrando tudo, e estranhou de cara: a recepção estava vazia.
Glória, sempre pontual, sempre tagarela, não estava na mesa.
Franziu o cenho.
Será que ela estava na copa preparando o café?
Seguiu pelo corredor silencioso, achando estranho demais aquele clima de suspense. Quando virou o corredor e abriu a porta da copa…
— SURPRESA!
Elize quase derrubou o bolo.
Todos estavam lá — Glória, Rodrigo, Arthur, Henrique — reunidos ao redor da mesa com copos descartáveis na mão, uma caixa de suco no centro e expressões que misturavam expectativa com animação.
— Atrasou cinco minutos, quase morremos de ansiedade — disse Rodrigo, já pegando o pano que cobria a vasilha.
— Eu sabia que você ia esquecer da gente e comer tudo so